domingo, 20 de outubro de 2019

Fontes Pré-Profissionais

Olá, pessoal... sejam bem-vindxs!

Abaixo trarei algumas informações acerca do meu resgate histórico sobre meus saberes pessoais e pré- profissionais...


Como era a escola na época em que estudei, processo de alfabetização e metodologia de trabalho:

Ingressei na Educação Infantil com 4 anos de idade, no ano de 2001, na Escola Municipal Coração de Jesus que era integrada a Casa do Menor, local onde meninos moravam e recebiam cuidados, instalada no município de Ipiaú, cidade situada no interior da Bahia. Lembro-me do quanto gostava de ir à escola e aprender coisas novas diariamente, a possibilidade de ter um mundo infinito que eu poderia e iria explorar, fazia com que a minha disposição para frequentar as aulas se tornasse imensa. No meu primeiro ano na escola cursei a série denominada de “Prontidão” e no ano seguinte, com 5 anos, estudei a alfabetização.
De acordo com Ferreiro (1999, p.47) “a alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um processo cujo início é na maioria dos casos anterior a escola e que não termina ao finalizar a escola primária”. Analisando o meu processo de alfabetização percebo que tenho uma visão compatível com essa, pois antes mesmo de entrar na escola, eu já sabia escrever meu nome e desenhava determinados objetos, sendo assim, faço parte do grupo de indivíduos que desde casa iniciaram o seu processo de alfabetização e que não o terminaram ao finalizar a escola primária. Nós somos seres em constante processo de aprendizagem, adquirimos conhecimentos a cada dia que vivemos e isso não se finda.
Na alfabetização eu tive uma professora pela qual sou apaixonada até hoje (que mesmo sem intencionalidade me incentivou a cursar Pedagogia atualmente), chamada Claúdia Brandi. Uma pessoa de muita luz, que sabia como prender a nossa atenção e nos ensinar de maneiras criativas e simples.
Estudávamos numa sala decorada, havia vários varais com nossas atividades, nossas pinturas e todas as vogais espalhadas nas paredes, e tínhamos uma minibiblioteca, na qual ficávamos lendo os contos de fadas e histórias infantis. Nunes (2012: 15) afirma que “é preciso entender que gostar de ler não é um dom, mas um hábito que se adquire.... Investir em pequenos leitores é uma das muitas maneiras de semear futuros leitores assíduos.” Tanto Freire quanto Nunes, abordam como é importante o hábito da leitura para o desenvolvimento de diversas habilidades na criança e reforçam o fato de que as crianças precisam ser trabalhadas desde muito cedo para serem inseridas nessa prática. Ler e escrever são duas paixões que eu tenho, durante a minha infância eu não fui muito incentivada, lia somente o que era exigido pelos professores, mas com o decorrer dos anos desenvolvi um prazer em praticar ambas e as considero de suma importância e contribuição para o tipo de conhecimento que tenho e também para o que desejo adquirir posteriormente.
A Pró Cláudia nos motivava a fazer as atividades, como por exemplo, a atividade da caligrafia, o qual pratiquei muito, e graças a isso hoje tenho letras legíveis e não passo por problemas com a escrita. Ela também utilizava vários instrumentos para o desenvolvimento das atividades, tais como: palitos de fósforos, tampinhas de garrafas, bolinhas feitas de papel crepom, palitos de picolé, músicas, brincadeiras, grãos alimentícios, entre outros. Aprendíamos as vogais fazendo associações com o nome dos animais que começavam com aquela respectiva letra (Ex.: A – ABELHA; E – ELEFANTE; I - IGUANA; O – OVELHA; U – URSO) e ligávamos os pontinhos para formar as letras. Segundo Nunes et al. (2012), o professor é um “grande agente de transformação da criança num ser mais aberto para o fantástico e o faz de conta, tão importante para o desenvolvimento cognitivo do aluno”. E ela foi de forma notável uma grande agente da minha transformação.








Avaliação, exercício da cidadania, relação professor-aluno e aspectos importantes do curso:
Me recordo de que quando aprendemos a formar as palavras, saímos para passear e ficávamos lendo as placas dos mercados, lojas, farmácias, escolas etc. Aprendíamos também sobre valores e os colocávamos em prática, o que fato de ser uma escola integrada a Casa do Menor, foi um incentivo nesse sentido.
Observando as linhas de raciocínio de alguns pedagogos, educadores e pesquisadores da área, é possível perceber a presença de determinados aspectos existentes naquela época. Como por exemplo, a relação professor-aluno, que segundo Carl Rogers, “deve ser impregnada de confiança e destituída de noções de hierarquia. Instituições como avaliação, recompensa e punição estão completamente excluídas, exceto na forma de autoavaliação” (ROGERS, 1986 apud CAPELO, s/d) afirma que “Não podemos ensinar, apenas podemos facilitar a aprendizagem”. Para ele, o professor não é mais visto como centro do processo ensino-aprendizagem, onde o docente era o detentor do conhecimento, e esse, transferia as informações para os seus alunos. Pelo contrário, na teoria dele o professor é visto como um facilitador, onde não é o docente que ensina e o aluno que aprende, o importante não é o que ele aprende, e sim como ele aprende. E isso foi algo que existia de forma bem nítida no meu processo de alfabetização. A relação existente entre a professora e os alunos era de um respeito mútuo e isso possibilitava o nosso rendimento e melhor aprendizado.
Com 19 anos passei na primeira chamada do vestibular da UNEB, para o curso de pedagogia e 1 mês depois, passei em uma das chamadas do SISU pela UESB, para o mesmo curso. Esses acontecimentos só me fizeram ter mais certeza ainda de qual caminho seguir. Hoje, estando no VII semestre, tenho a convicção de que fiz a escolha certa e com o incentivo e suporte de muitos professores avanço no meu processo acadêmico.
Atualmente, tenho 22 anos de idade, sou apaixonada por leitura, escrita e por tudo que envolva dormir. Uma baiana em busca de muitas outras experiências para acrescentar nesse singelo resgaste histórico.








  

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Reflexões sobre o Estágio


"Nem tudo são flores!"
Começo essa reflexão com uma frase super clichê, mas que descreve perfeitamente o que penso nesse momento após concluir o meu processo de regência nos anos iniciais do ensino fundamental. Se eu tivesse que descrever esse processo em uma palavra, seria batalha. Na qual eu venci em alguns dias, mas fui vencida em outros e as sensações vividas foram o que tornaram esses dias tão intensos e necessários para a minha formação acadêmica.
O estágio é desgastante física, emocional, psicológica e financeiramente, exige do estagiário em todos os sentidos, mas o que seria de nós sem essa oportunidade da prática?
É tão bonitinho na teoria, nos livros e textos lidos, mas na prática, meninxs... é onde filho(a) chora e mãe não vê, a vontade de desistir, o sentimento de impotência, os questionamentos sobre o curso e a nossa prática, mas foi aonde eu me descobri mais forte e persistente, capaz de driblar as circunstâncias e conseguir colocar o meu planejamento em prática. Descobri que planejamento é sinônimo de flexibilidade e que a educação é o caminho, um caminho árduo, denso, com muitas dificuldades no percurso, mas que na linha de chegada, os frutos colhidos são saudáveis, o reflexo de todo um processo é visto e tudo passa a valer a pena. E é com esse pensamento, não de mudar o mundo, mas de mudar a mim mesma e ao meu aluno que pretendo seguir na educação, seguir firme e acreditando no poder transformador que podemos plantar um no outro.